Tudo o que vivi
escrevi por linhas tortas
nos caminhos que percorri
com meu violão.
Não apaguei, nem desmenti nada
somente faço página virada
de um livro que consulto
sobre um vulto oculto
que envolve e afunda
na solidão profunda
do vazio de meu coração.
Escrevo tudo em tom de tristeza
pois a vejo com beleza,
como faço quando quebro um galho seco
junto às folhas mortas vivas pelo chão.
Faço da dor minha verdade
e colho em felicidade
tudo o que sofri,
tudo o que perdi,
tudo o que não vi
e tudo o que vivi em solidão.
O rio da minha vida
escorre sobre a sombra
de uma árvore à margem
do livro da escuridão.
As folhas caem por sí só
e correm viagem
como notas de canção.
Tudo o que li foi passagem.
Tudo o que vi foi ilusão.
Um comentário:
Ai.. doeu meu coração!
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