Vi nos teus olhos meus olhos em ti.
Guardei o sorriso,
qualquer traço do rosto,
e a boca calada.
Mas de nada foi preciso,
de nada.
Nem uma frase,
um sopro,
uma piscada,
somente nada.
O acaso se deu ao trabalho,
trouxe no orvalho
o tempo de ontem,
o cheiro, a cor, o som...
A vida em retalho.
A imagem de outrem
numa mesma paisagem.
O vento me deu o atalho.
Te sinto de perto bem longe.
Te enxergo longe bem tarde.
Te espero nos sonhos da noite.
Te quero pra ter minha paz.
E fico pensando em imagem
um samba de leva e trás.
Tua estrada é minha viagem.
Seu trajeto é meu tempo que faz.
De resto, espero outro ontem
pro amanhã chegar nunca mais.
E a esperança de ser tudo de novo
quando o começo não teve um fim.
Faço do tempo e espaço meu sempre.
Vi nos meus olhos teus olhos em mim.
Um comentário:
Coisa linda!
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