A vida esparrama-se
como cacos de vidro sobre a mesa.
Qualquer idéia acesa
passa a ser um livro aberto.
Está tudo tão perto,
tudo tão certo
que não tenho mais certeza.
Não tenho mais firmeza nos versos,
inversos diversos sem eira
na beira do meu universo.
Não penso besteira,
somente disperso
e inverto as estribeiras.
Até que o corpo cansa
quando a alma não alcança
os dedos descansam,
e a alma não segura presa.
No mais, sou mais um corpo na cama,
um quase que o nada não deixa.
Sou vela em chamas
que o corpo inflama.
E esqueço.
Deixa que o tempo derreta.