Enxergo um momento por si só.
Vejo o mundo às avessas,
olho por todos os lados,
ando por todos os cantos,
escuto o tom das conversas
e entendo o porquê das coisas não caírem.
Mas nem tudo é feito de nó.
Vejo que o tempo tem pressa,
o tempo atravessa,
quando tudo não pára.
O tempo dispara
e outro tempo começa,
num tempo de um outro tempo
que o meu tempo não encaixa.
Porém, o que é uma baixa
quando tudo se regenera,
quando nada te espera,
quando tudo é em caixa?
E entendo o porquê das coisas não caírem.
Abaixo,
essa dor que o tempo não cura
que o tempo não paga,
e a esperança se apaga
numa outra promessa.
Porque tudo é peça,
que anda pra qualquer lado.
Tudo é quadro,
que se pendura em qualquer parede.
Tudo é esgoto,
que escoa pra qualquer ralo.
Mas de nada se entende.
No mais, me vendo os olhos
e me calo.
Não sabem o que eu nego.
Não sabem o que eu rego.
Não sabem do que falo.
Cegos...